Ações Expositivas

Ocupações simbióticas.

Foto: Ignácio Aronovich

OCUPAR É PRECISO

Ocupar com as máscaras impermanentes, é sempre um exercício simbiótico entre o espaço e as representações, numa tentativa de ressignificação entre esses dois elementos e um convite a uma nova imersão, dessa vez, do público. Cada espaço pede uma forma e um suporte que pressuponha essa interação, sempre pelo viés conceitual do projeto, por isso as imagens são definidas e impressas em função do que, e de que forma se planeja ocupar. A suposta impermanência se dá nos suportes e não nas imagens propriamente ditas, ou por transparências e sobreposições, ou por disposições pensadas com relação os espaços. Quer seja pela construção de um labirinto pelo uso das imagens translúcidas, incorporadas ao espaço e apartadas por completo das configurações convencionais, por não estarem em uma galeria, ou qualquer ambiente predestinado a exposições e por preservarem os espaços pelas suas transparências, onde se vê o que já se via, porém através. As imagens instáveis imergem- se no espaço e convidam os espectadores a se juntarem a essa imersão, não somente pela visão, mas também, pelo tato, pois essas imagens estarão acessíveis ao toque (os visitantes devem tocá-las e deixar serem tocados pelas imagens). Quer seja por aparições, quando as imagens interagem com o espectador em trânsito, que só pode vê-las em ângulo e assim, o tradicional ponto de vista de contemplação, a visão frontal, é desarticulada. Imagens que aparecem e desaparecem pela visão em ângulo de quem caminha, aparições imagéticas, fantasmagóricas, que parecem ver quem não as viu. Quer seja por ocupação de espaços públicos em adaptações que rompem o cotidiano desses cenários e que do estranhamento, geram apreensões. Não há uma formulação prévia, mas sempre um diálogo a ser estabelecido.

Créditos: Ignácio Aronovich
 
Créditos: Angélica Letícia